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Cicatriz


ou a mulher que foi mordida por um leão
 

Trigo Limpo Teatro Acert

Cicatriz é a 104ª produção do Trigo Limpo teatro ACERT, uma comédia satírica com um pé na realidade e outro no absurdo. Foi estreada em Tondela a 13 de Fevereiro de 2015.  Cicatriz é a odisseia de uma mulher, doméstica por mais senha, através do seus próprios sonhos.

 

Mordida por um leão em tempo incerto, a cicatriz que lhe ficou desse facto extraordinário, é o ponto de partida para um jogo de máscaras, tentações e promessas no que três personagens diabólicas enredam a mulher numa viagem tecida com a agulha do desejo e os frágeis fios da memória.

 

Ficha artística

Texto : Carlos Santiago I Encenação : José Rui Martins I Assistência : Pompeu José e Sandra Santos I Interpretação : António Rebelo, João Silva, Pedro Sousa e Raquel Costa I Cenografia : Zétavares e Pompeu José I Desenho de luz e Sonoplastia : Luís Viegas e Paulo Neto I Desenho sonoro : Luísa Vieira e Rui Lúcio I Fotografia : Carlos Teles e Ricardo Chaves I Figurinos : Adriana Ventura I Consultoria de ilusionismo : José PereiraI Estofador : José Carlos Correia - Tondelestofos I Costura : Adília Ventura I Carpintaria : Carmosserra I Sapataria : Acácio Pereira – Super Rápido I Engenhos de adereços : Manuel Matos Silva I Desenho gráfico : Zétavares I Produção : Marta Costa I Apoio à produção : António Gonçalves e Rui Coimbra

Sobre "Cicatriz"

 

A proposta do Trigo Limpo visava produzir um texto a partir de certa tradição humorística lusófona, nomeadamente do universo satírico de autores como Millôr Fernandes e Santos Fernando. Foi com prazer que encetei o diálogo com estes dois livre-atiradores do humor inteligente para procurar o fio da meada e dar argumento a uma sátira do momento actual. A lógica ficou clara: deduzir do absurdo todas as consequências pertinentes. Mas qual — perguntava eu a estes dois clássicos do escárnio e do maldizer — poderá ser o absurdo agora mesmo? Embora eu, ao contrário daquele santo varão, sempre me equivoque e frequentemente tenha dúvidas, acho que a resposta é evidente: o absurdo é a dívida. Equivocado ou não, foi com esta premissa que tratei de resolver a equação do texto e dar resposta ao desafio colocado pelo Trigo Limpo. O resultado só o público pode julgar.

 

Mas enquanto o público julga, é possível que algumas gargalhadas possam vir a pagar parte da dívida em que todos estamos comprometidos, pois, certamente, o riso é a única moeda que ainda nos resta nos bolsos.De resto, foi um luxo trabalhar de novo com o Trigo Limpo e a sua fantástica equipa humana. Com eles nunca é possível criar sem rede, como os acrobatas, pois há sempre lá em baixo aquela malha de afectos que segura a nossa alma. E isso, para um gajo com tendência a cair a qualquer momento, dá muito jeito.

 

Carlos Santiago

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